Dandadan e o lado psicológico do absurdo

O que monstros, aliens e poderes dizem sobre nossas emoções?

De repente, aliens, fantasmas, lutas psíquicas e situações bizarras, mas por trás do caos de Dandadan, tem muito sobre pertencer, acreditar em si mesmo e ressignificar o que nos torna diferentes.

Se você entrou nessa viagem alucinada chamada Dandadan, já percebeu: o anime mistura ação, comédia, horror e ficção científica como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Só que no meio de tudo isso, ele também entrega algo muito real: conflitos internos, traumas não resolvidos e adolescentes tentando entender quem são no meio do furacão que é crescer.

Hoje, vamos olhar pra esse anime com um olhar mais emocional — porque por trás dos olhos da Turbo-Granny e dos aliens tarados, tem gente tentando se sentir vista, segura e aceita. Bora?

1. Crise de identidade e o desejo de pertencimento

Momo e Okarun são adolescentes. Ou seja: estão naquela fase da vida em que tudo é intenso, confuso e cheio de perguntas.

  • Momo lida com o abandono e a dor de não se sentir compreendida pela família.
  • Okarun é o “esquisito” da escola — retraído, com autoestima baixa, viciado em teorias conspiratórias.

Cada um, à sua maneira, tenta lidar com a sensação de não pertencer.

A psicologia mostra que, na adolescência, buscar uma identidade própria é um processo essencial.

E em Dandadan, isso acontece em meio a lutas paranormais — mas o sentimento é o mesmo que muitos vivem no silêncio:
“Quem sou eu no meio de tudo isso?”

2. A força que nasce da vergonha superada

Okarun começa a história com vergonha de si mesmo — tanto do corpo quanto da personalidade.

Mas, ao ganhar poderes e ser forçado a proteger quem ama, ele começa a reconhecer seu valor real.

Não é o poder que muda Okarun. É a relação com o poder.
Ele aprende que pode sentir medo e ainda assim agir. Que pode ser estranho e ainda assim ser querido.

Na psicologia, chamamos isso de resiliência emocional:
A capacidade de se reerguer, mesmo com medo, mesmo sem ter todas as respostas.

3. A negação como mecanismo de defesa

No começo, Momo e Okarun vivem se provocando e negando qualquer tipo de envolvimento.

Mas com o tempo, fica claro que essa negação esconde vulnerabilidades e sentimentos reprimidos:

  • Momo finge ser durona, mas teme ser abandonada
  • Okarun finge estar bem sozinho, mas quer ser notado

A negação, aqui, é uma forma inconsciente de proteger o coração.

É o famoso “não ligo” que quase sempre quer dizer:
“Ligo muito, mas tenho medo.”

4. O sobrenatural como metáfora do emocional

Aliens, fantasmas, entidades bizarras…

Dandadan é recheado de figuras que parecem saídas de um delírio coletivo.
Mas se a gente olhar com atenção, cada entidade pode ser vista como uma metáfora emocional:

  • Turbo-Granny → sexualidade reprimida e cheia de culpa
  • Aliens tarados → crítica escrachada ao olhar objetificador sobre o corpo
  • Lutas psíquicas → conflitos internos ganhando forma e cor

O anime usa o exagero como forma de falar do que, muitas vezes, é invisível:
a batalha interna que cada um enfrenta pra entender a si mesmo.

5. A construção de vínculos como cura

Momo, Okarun e seus amigos se aproximam por causa do perigo.
Mas aos poucos, vão formando uma rede de apoio real.

Eles se defendem, se escutam (mesmo com piadas), e aprendem a respeitar as diferenças.

Cada um se sente um pouco menos só — e isso muda tudo.

A psicologia mostra que relações de afeto consistentes são fundamentais para:

  • Processar traumas
  • Desenvolver autoestima
  • Criar segurança emocional

Ninguém salva ninguém.
Mas estar junto pode ser o que faz a gente se salvar aos poucos.

CONCLUSÃO: Dandadan é uma maluquice com alma

Sim, o anime é caótico, engraçado, cheio de nonsense e cenas que a gente nem sabe se ri ou se arregala os olhos.

Mas é exatamente nesse caos que a gente encontra algo muito humano:
✨ A busca por se sentir visto, por se permitir sentir e por entender que ser diferente pode ser o seu maior poder.

Momo e Okarun não estavam prontos pra salvar o mundo…
Mas estavam prontos pra começar a se encontrar dentro de si mesmos.

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