Ninguém te contou que junto com o bebê, poderia nascer também um sentimento enorme de… culpa?
Pois é. Isso acontece com muitas mães — e tá tudo bem conversar sobre isso.
A maternidade é linda, intensa, desafiadora.
É feita de cheiros, descobertas, risos… mas também de dúvidas, cansaço e, muitas vezes, uma cobrança interna difícil de explicar.
Muitas mães sentem culpa: por não darem conta de tudo, por se sentirem cansadas, por precisarem de um tempo só pra elas…
E esse sentimento, se não for acolhido, pode pesar demais.
Hoje vamos falar sobre isso com todo o cuidado que esse assunto merece.
Por que a culpa aparece na maternidade?
Existem vários motivos que podem fazer esse sentimento surgir — e nenhum deles é sinal de que você está falhando.
1. A idealização da mãe perfeita
Desde cedo, a gente escuta que ser mãe é instintivo, natural, mágico.
Mas aí, na prática, vem o medo de errar, a exaustão, o choro que não passa… e bate aquele pensamento:
“Será que eu sou suficiente?”
2. Pressão da sociedade (e da gente mesma)
A gente se cobra ser calma, disponível, produtiva, presente, feliz, e ainda de banho tomado. E quando não dá? A culpa aparece.
3. Dificuldade em se cuidar sem se culpar
Tomar um banho mais longo, sair sozinha, trabalhar, pedir ajuda… tudo isso pode vir acompanhado de uma sensação de “estou sendo egoísta”. Mas não está.
4. Comparação com outras mães
Nas redes sociais, parece que tem mãe dando conta de tudo — linda, plena, com casa organizada e bebê sorridente.
A gente esquece que aquilo é só um recorte.
5. Hormônios e emoções à flor da pele
O pós-parto é uma montanha-russa hormonal e emocional.
Somado à privação de sono e tantas mudanças, é natural se sentir mais vulnerável.
Os rostos da culpa materna (e como ela aparece no dia a dia)
A culpa pode estar disfarçada em situações como:
- Voltar ao trabalho e deixar o bebê na escola ou com alguém
- Querer ficar um tempo sozinha — e se sentir mal por isso
- Não conseguir amamentar ou seguir tudo que “dizem ser o certo”
- Sentir cansaço, raiva ou vontade de sumir por um momento
- Precisar de ajuda (e se culpar por não dar conta sozinha)
Você não está errada por sentir nada disso.
Como lidar com a culpa de forma mais gentil?
Vamos juntas buscar um caminho mais leve? Aqui vão algumas ideias:
1. Lembre-se: você não precisa ser perfeita
Ser mãe não é acertar sempre — é estar ali, tentando com amor.
O que seu bebê mais precisa é de uma mãe real, presente e afetuosa (não de uma versão impecável).
Seu amor já é o bastante. Sua presença tem valor. Seus erros não te anulam.
2. Pratique a autocompaixão
Seja gentil com você. Fale consigo como falaria com uma amiga querida.
“Hoje foi difícil, mas eu fiz o melhor que pude.”
“Eu tô aprendendo. E tá tudo bem não saber tudo.”
3. Filtre os palpites
Você não precisa aceitar tudo que te dizem.
O que serve, fica. O que não serve, deixa passar.
Confie na sua intuição. Você conhece seu filho melhor do que qualquer manual.
4. Se cuide sem culpa
Você merece se cuidar. De verdade.
Um banho demorado, uma caminhada, um tempo no silêncio — isso não te faz menos mãe.
Te faz uma mãe com energia pra continuar.
5. Desconstrua o “mãe de Instagram”
Aquela mãe perfeita que você viu no reels também chora, se culpa e tem dias péssimos. Só não mostra.
Comparar bastidores com vitrine nunca é justo.
6. Converse e peça ajuda
Você não precisa carregar tudo sozinha.
Fale com outras mães, com amigas, com quem te escuta de verdade.
E se puder, busque um profissional.
A terapia pode ser um lugar de respiro, reorganização e reencontro com você mesma.
Conclusão: você é uma boa mãe, mesmo nos dias em que duvida disso
A culpa pode até aparecer — e tudo bem.
O que não precisa acontecer é ela se tornar um peso que te impede de viver a maternidade com mais leveza e verdade.
Ser mãe é intenso, mas não precisa ser solitário.
Você está fazendo o melhor que pode — e isso já é muito.
Se em algum momento esse sentimento estiver grande demais, você não precisa enfrentar sozinha.
O cuidado emocional também é um presente que você pode (e merece) se dar.